10 de set. de 2009

DESCOBERTA: Há vida inteligente no planeta varejo.

Comerciais de varejo que a gente é obrigado a ver aqui, não importa o que a loja esteja vendendo, têm quatro pontos em comum: 1- todos acham que os telespectadores são surdos. 2- todos os apresentadores, como consequência do item 1, berram mais que cachorro que levou pedrada. 3- todos mostram letreiros de preços usando efeitos tirados do repertório dos casamenteiros (aqueles cineastas que gravam casamentos e batizados com câmeras amadoras). 4- todos adoram as palavrinhas infames – “imbatível” e “imperdível”. Sintetizando: são os anti-criativos mais anti-comerciais que se conhece simplesmente porque, em vez de atrair a atenção, repele. Em vez de seduzir o telespectador, dão um chute em seu traseiro, fazendo-o zapear. E, com isso, levando a emissora à perda de audiência e o anunciante à perda de seu público-alvo.

Varejo é tudo igual. A diferença está na comunicação.

Um comercial de varejo pode e deve, até mais do que os outros, ser criativo. Como ele nunca traz conteúdos surpreendentes (alguém para de tomar a sopa na hora do jantar só porque ouviu o apresentador se esgoelando de que tem uma liquidação?), ou seja, como uma loja vende tudo o que os concorrentes também vendem, a diferenciação tem que ser obtida na comunicação, de fora pra dentro. Isto é: ninguém vai se destacar objetivamente pelo tamanho da loja, ou do estacionamento e, muito menos pelo preço (simplesmente porque preço nunca foi diferencial, qualquer um sempre pode vender mais barato). A diferença tem que ser subjetiva, criada a partir de um approach realmente criativo, capaz de fixar o nome da loja junto à mente do consumidor num link afetivo, bem humorado, emocionante.

Ikea: entretenimento e reforço de marca.

Os comerciais da Ikea – rede sueca de lojas de móveis com filiais na Europa e Estados Unidos, provam que pode, sim, haver vida inteligente no planeta Varejo. Pro time da agência deve ser uma festa criar os comerciais- todos divertidos, surpreendentes e fortemente institucionais. Leia-se: com alta valorização da marca. Esse é o ponto da virada: diferença de comunicação. Criar a aura mágica. Predispor o consumidor a visitar a loja que já assimilou a informação básica: todo mundo já sabe que a Ikea vende móveis e utensílios domésticos dentro de um padrão competitivo de preços. Melhor do que eu ficar aqui tagarelando, veja você mesmo um dos comerciais que traz, embarcado, aquilo que toda publicidade de qualidade (principalmente de varejo) deveria oferecer: entretenimento como isca pra vender o peixe da loja. Isso simplesmente porque ninguém liga a tv pra ver comerciais. E já que a gente tem que assistir na marra, pois a comunicação de massa é por natureza invasiva, que pelo menos sejam saborosos, inteligentes, bem humorados. Falei besteira?

Vi aqui.

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