4 de ago. de 2009

Isto que é Marketing de Guerra. O resto é brincadeira.



Os estudiosos no assunto dizem que a "arte da guerra não mudou ao longo dos anos". Concordo que a guerra, como dizia o polêmico e briguento general americano Paton, da 2ª. Guerra, que a missão do militar não é morrer pelo seu país, mas fazer o inimigo morrer pelo país dele. Numa palavra: o objetivo de uma guerra é matar o máximo possível. O que eu discordo é glamourizar a porrada dando a ela a categoria de "arte". Se for pra falar em "arte", eu diria, barateando o conceito, que se existe, hoje ela está na habilidade "artística" dos norte-americanos em usar a criatividade pra seduzir jovens pra serem seus futuros soldados. Uma das iscas é cópia modernizada do que se fazia em Roma onde os legionários e centuriões eram atraídos com as iscas de grana e outras recompensas como dar aos soldados dos povos dominados o direito à cidadania romana. Pelo que informou o site do canal americano Tv News 5, afiliado da NBC, os interessados em serem soldados americanos no Afeganistão receberão em 30 dias o bônus "Quick Shipper" (embarque rápido) no valor de US$ 20 mil. E está nos planos conceder aos estrangeiros residentes fora dos Estados Unidos a sedutora chance de se alistar em troca da cidadania. Se voltarem vivos.

US$ 172 milhões em publicidade.
A caça pela matéria-prima humana que faz a máquina de guerra funcionar, usa a emoção como principal ingrediente de envolvimento. Nas últimas décadas, esse é o combustível principal das campanhas de recrutamento. O site do semanário BrandWeek informa que, em 2007, o exército americano gastou nada menos do que US$ 172 milhões em publicidade, além de outros tantos milhões nos períodos seguintes (se em 2007 era essa montanha de dinheiro, imagine hoje). Essa verba gigantesca vem sendo despejada não só na comunicação de massa – tv, rádio, mídias impressas, etc, mas também no desenvolvimento de um presente sedutor a todos os jovens e entregue gratuitamente pela internet.
America’s Army: um game onde só o inimigo morre.
Com uma dinheirama poderosa e nerds geniais, o Pentágono deu uma virada radical na forma de motivar, seduzir e familiarizar a garotada pra guerra. Copiando as lojas Apple Store onde os potenciais clientes conhecem os produtos e são induzidos à compras pela interatividade, o Pentágono colocou à disposição dos jovens, tipicamente fissuradosa em games, o "America’s Army". O download é gratuito pela web e hoje já se transformou num dos mais desejados objetos de entretenimento on line. Com trilha musical de rock pesado e linguagem visual em espetacular 3D, o "America’s Army" permite aos recrutas em potencial jogar com outros participantes no mundo inteiro. Ele combate virtualmente, pilota blindados poderosos, salta de páraquedas, detona terroristas, monta emboscadas, explode pontes e prédios e com armas moderníssimas escolhidas num arsenal de alta tecnologia militar. O objetivo é injetar nos jovens o desejo de vivenciar na prática todas aquelas realidades virtuais. Em muitas cabeçolas esse desejo torna-se real. O cara fica tão adrenalinado que nem pensa que, se no game ele pode ressucitar reiniciando o jogo, na vida real isso só aconteceu com uma pessoa, há 2009 anos. O "America’s Army" é o marketing de guerra levado a sério. O resto é que é brincadeira.

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